sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Anjos Caídos



Deus me chamou atenção para um certo caminho, não era o meu caminho porém a partir daquele exato segundo passou a ser a razão da minha existência.
Uma luz me envolveu e uma força me puxou para baixo. De repente quando dei por mim estava na esquina da rua Baker com a rua Stanford, poucas pessoas transitavam e as que estavam ali eram mal encaradas. Homens extravagantes andavam olhando assustados para todos os lados pela rua escura e mal frequentada, também haviam afro-americanos andando como rappers com suas armas e drogas em seus carros tunados.
Os latinos também vendiam suas almas e negociavam suas mulheres e crianças como escravas sexuais, podia sentir o cheiro da mentira e da corrupção em todos os lugares daquela rua infernal.
Duas garotas de programa vinham na minha direção, seus corpos exalavam a sexo e seus olhares traziam um enorme vazio repleto de escuridão. Elas passaram por mim como sem nem ao menos sentissem a minha presença.
Todo aquele ar sombrio das vidas humanas perdidas me fez ficar atônito enquanto caminhava pela rua. Diante a uma vitrine vi refletido a minha imagem pela primeira vez e não havia nada de celestial em mim.
Nem minhas vestes se pareciam com o que eu estava habituado a usar. Meus olhos azuis estavam chocados pela realidade que não conhecia, meu cabelo louro e ondulado caiam em cascata pela minha nuca. Ao menos ainda sabia o que eu era e meu coração jamais seria manchado .
Continuei a caminhar pela rua lentamente tentando entender qual seria a minha missão, como sozinho poderia ajudar a tantas almas perdidas. Avistei de longe alguns irmãos meus com seus protegidos, nos cumprimentamos formalmente com uma leve reverência e continuei meu caminho.
Cansado e quase sem luz própria sentei na calçada imunda e fiquei observando um carro velho se aproximar, seus pneus cantavam no asfalto deixando um rastro no chão. A porta foi violentamente aberta e um corpo foi jogado próximo ao amontoado de lixo.
-“...isso é para você a prender sua cadela!” – um homem gritou ao corpo inerte.
Tão logo bateu a porta fechando-a . Uma luz prateada refletiu de um objeto que ele impunha pela janela e logo reconheci uma arma.
Não pensei duas vezes em me levantar e correr de encontro a máquina mortal. Me projetei adiante para proteger quem quer que fosse ali e dois disparos se ouviu.
Uma gritaria ecoou pela rua assim como passos apressados em fuga. O carro fugiu em alta velocidade enquanto uma voz fraca gemia em agonia atrás de mim.
-Vai ficar tudo bem – disse mesmo sabendo que aquela alma não podia sequer sentir minha presença.
-Me salva! – ela sussurrou e isso me deixou desconfiado. Estaria ela me vendo?
Olhei ao seu redor e uma enorme mancha de sangue escorria de seu corpo moribundo. Falhei.
-Estou morrendo – ela tornou a dizer com sua voz de anjo, seu queixo tremia, estava pálida e sem forças. Podia ver seu espirito abandonando seu corpo e um desespero me atingiu.
-Olhos castanhos, você consegue me ver? – perguntei.
-Um anjo – disse ela antes do brilho dos seus olhos se apagarem um pouco mais.
Tentei inutilmente tocá-la já que seu corpo era uma massa sólida enquanto eu era apenas uma vaga matéria.
Ao vê-la praticamente morta entendi qual a minha missão.
Levantei apressado e corri para  o primeiro lugar que achei. Um prostibulo com suas luzes de neon piscantes. Adentrei em meio as pessoas que se vendiam e se corrompiam , todos alheio a jovem que agonizava a 50 metros dali.
Uma linda mulher semi-nua se requebrava em cima de uma plataforma , com seus seios amostras e usando apenas uma mini lingerie chamava a atenção dos bêbados engravatados. Ela se agachou diante de mim sem me notar , de súbito ela parou de se movimentar e vi sua pele arrepiar toda como um calafrio.
-Nossa! – ela disse assustada.
Toquei em seu coração . Seria impossível ela me notar se não houve ainda dentro dela uma alma boa que ainda tinha chance de voltar para luz.
-Preciso de você Jade. – disse para ela que rapidamente desceu correndo para um dos camarins.
-O que diabos está acontecendo? – ela perguntou vestindo um vestido curto e depravado. –Preciso de ar.
Ela saiu com seu cigarro aceso e foi para a calçada. Sutilmente indiquei o caminho que ela devia seguir, um leve assopro fez o vento levantar .
-O que é aquilo ali? – ela perguntou para o nada.
-Sua missão querida. – eu disse sério.
-Vou lá ver. – ela respondeu.
Uma multidão estava ao redor da minha protegida ainda sem nome, mais não era ajuda que ela recebia e sim estava sendo assaltada em seu leito de morte.
-O que porra vocês estão fazendo? – Jade gritou espantando as pessoas que saqueavam.
-Ela já tá morta! – um garoto disse antes de sair correndo.
Jade se agachou para checar os pulsos fracos porém ainda existentes da garota.
-Por Deus! Ela ainda respira! Saiam todos daqui! Chamem a polícia, uma ambulância! – ela gritou desesperada. – Calma querida vai dar tudo certo.
-O que diabos está acontecendo?
Um policial gritou ao descer de sua viatura , alguns remanescestes fugiram com suas drogas e seus furtos. Apenas Jade ficou.
-Puta merda! – ele disse – Joe avisa a central que temos um corpo no perímetro da ronda, chama a ambulância rápido!
Eu estava agoniado e isso nunca senti antes por nenhum dos meus protegidos . “Salve ela” repetia mil vezes aos céus.
-O que aconteceu aqui? – o outro policial perguntou com brutalidade empurrando Jade para longe do corpo da minha protegida. – Ou você fala ou vamos te condenar como culpada ou vamos te deixar na mão do Toni. Você que sabe sua vadia! Ou abre o bico ou vai penar na mão do latino.
-Eu cheguei agora, vi um monte de gente saqueando e quando dei por mim a vi aqui. – ela disse entre soluços.
-Enquadra essa vaca Matthew. É só mais um caso de acerto de conta entre gangues, aposto.- um dos policiais disse.
-Entra no carro! – ele ordenou e Jade obedeceu.
A ambulância chegou e levou minha protegida. Segui em silêncio com o peito comprimido, um medo que desconhecia, medo de não vê-la viva, medo de falhar.
Os paramédicos estavam em cima dela tentando trazê-la a vida, em um ultimo suspiro vi aqueles olhos castanhos se despedirem de mim. Um nó se formou dentro de mim, as sirenes soavam enlouquecidamente e uma lágrima rolou pelo rosto, uma conexão que eu nem sabia explicar me ligou aquela mulher. Talvez seja pelo fato de que ela é a minha primeira falha e agora ela está morta.
-Hora do óbito...- uma médica disse olhando o relógio -03:30 da manhã.
Ela cobriu o corpo com um lençol e doeu em mim de uma forma violenta ver aquilo. Ao chegarmos no hospital o corpo foi encaminhado pelos corredores silenciosos e foi deixado no necrotério.
-Deixa comigo Stacey – um homem falou depositando o corpo sobre a pedra. – Tão jovem.
Ele disse com pesar.
-Pela roupa devia ser garota de programa. – a mulher disse. – vamos comer primeiro , depois a gente descobre o que houve com ela.
Eles saíram me deixando com ela.
Descobri o tecido e senti que seu corpo ainda estava quente, observei atentamente sua feridas e toquei em sua mão.
Nossos corpos foram envolvidos numa estranha força e luz . Me vi na mesma rua, horas antes.
“- Boa sorte hoje! – Nathalie desejou antes de ir para as calçadas vender seu corpo.
-Pra nós duas! – desejou minha protegida de volta.
Olhou em cima da penteadeira do prostibulo e viu a única lembrança de sua família. Uma fotografia dela com seus pais e irmãos num tempo muito distante.
Vi atravessar em seu peito uma dor , sua dor era minha morte. Porque? não sei! Mais soube naquele instante que eu não devia desistir dela.
Eu sabia o que era ser só, sem família. Muitas vezes antes pedi aos superiores que me permitissem conviver com meus irmãos de luz e todas as vezes meu pedido foi negado. Se Deus permitisse que o tempo voltasse eu daria minha luz, minha vida para que estes mesmos olhos castanhos voltassem a vida e faria o que estivesse ao alcance para dar a minha preciosa protegida uma família novamente.
Segui seus passos e pelo caminho não faltou quem a tocasse com malícia e falta de respeito, pude sentir na minha pele o choro engasgado na garganta dela, a dor da humilhação.
-E aí morena! – um homem asqueroso falou desacelerando o carro.
Era ele!
Meu corpo pediu mil vezes para que ela não fosse com ele naquele carro.
-Olha só cara...- ela começou impaciente. – se for só você vai custar r$50 mangos a hora mas se seus amigos quiserem também vai ficar em torno de r$ 120 pratas três horas. Avisando que nada de bater, nada de beijo na boca e nada de sexo sem camisinha.
-Olha isso Ramirez, a gata não manda recado! – um outro homem dentro  do carro disse em gozação.
-Cala a boca Santiago! – Ramirez disse – Entra. – ele disse e a linda garota de pele morena e olhos castanhos entrou no carro.
-Qual seu nome vadia? – Ramirez perguntou.
-Vadia é sua mãe! – ela respondeu em defesa. – Me chame de Angel.
-UH!!!! – eles começaram – A nossa prostituta veio dos céus! – Santiago debochou já alisando as pernas nuas da minha Angel.
-Amém irmãos! – o terceiro homem finalmente falou.
O carro parou num galpão abandonado, Angel foi jogada para fora do carro.
-Vira de costas! – Ramirez disse com rispidez.
De má vontade Angel obedeceu. Sua saia de couro teve o feixe quebrado pela força que o primeiro homem exerceu . Olhos castanhos apoiou as duas mãos no carro enquanto ele a invadia de um jeito monstruoso.
A cara de dor da minha protegida me fez sentir como se meu coração tivesse sido arrancado do peito por uma mão criminosa. Eu não conhecia sexo, pelo menos não sem amor e aquela visão me deixou fraco.
-Agora minha vez. – o segundo homem disse. O primeiro saiu e ficou se tocando vendo o amigo possuir meus olhos castanhos que sofria em silêncio.
-Que tal umas brincadeiras, Ramirez? – o terceiro falou.
-Boa ideia Fernando! Pega a filmadora e vamos fazer um videozinho caseiro.
-Sem imagens! Ai! – Angel disse e virou a cabeça para encarar o seu malfeitor. – Sem machucar seu idiota!
-Calada sua puta! – Ramirez ordenou assustando –a.
O terceiro homem abriu os botões da blusa dela e com ferocidade a mordeu nos seios, ela gritou em dor mais logo foi amordaçada com uma corda .
-Fica de quatro! – gritou Ramirez, Angel tinha lágrimas nos olhos.
Fernando a jogou no chão e se posicionou invadindo-a sem clemência. Ramirez ficou de pé na sua frente e Santiago se prostrou próximo dela a tocando em sua feminilidade.
Eu estava chocado e enojando em ver o quanto os homens haviam sido corrompidos . Cada lágrima dela era uma lágrima minha.
Por horas eles a torturaram, machucaram e estupraram aquela garota indefesa. E eu nada pude fazer...
-Não me olha no rosto sua vadia! – Fernando berrou para ela que estava encolhida em meio ao ferro velho do galpão.
Seu corpo cheio de hematomas e nos lábios um filete de sangue escorria.
-Só quero meu dinheiro e esquecer a cara de vocês – ela tirou forças para responder.
-Tu tá se achando né vadia? Acho que merece uma lição!- Santiago disse já iniciando nova onda de violência.
A luz que eu pude capturar horas antes nela começou a se apagar e nesse exato momento meu reflexo no espelho que havia ali mostrou meu brilho celestial também  se apagando, foi o momento em que caminhava pela rua a procura da minha nova missão.
Voltei a fita-la inerte sendo jogada dentro do banco traseiro do carro.
Um vento forte soprou e estávamos na rua. Me vi observando a cena em que ela foi atirada na calçada em meio ao lixo que ainda ia ser recolhido.
Como em câmera acelerada me vi  projetando meu corpo para protegê-la até chegarmos até aqui.
Uma agonia agora me matando como se tivesse sido jogado as feras bestiais.
-Quando não houver uma luz pra te guiar e ninguém para andar ao seu lado, irei até você! – disse em promessa me prostrando no chão frio do necrotério, reprimindo a dor da morte e do vazio.
Ela ainda não se movia o que aumentava meu desespero. Faria qualquer troca com Deus para salvá-la! Me lembrava de ter dito isso, sentiria dor, perderia minha alma pura, pereceria na terra ou no inferno para tê-la viva e sorrindo agora mesmo!
Me levantei ainda lutando contra a dor que sentia, sem entender de fato como um anjo chegou tão perto de ser humano e de sentir como um ser humano sente.
-Te prometo olhos castanhos...-disse entre lágrimas – mesmo que a noite esteja escura, fria e chuvosa meu amor...- me calei – não se preocupe em me achar, pois eu irei até você!
De repente uma calmaria me atingiu, vi meu Pai sorrindo satisfeito , não havia mais dor em mim. Seria o fim e ela estava perdida no submundo?
A beijei.
Seus lábios frios se tornaram quentes, meu coração acelerou dentro do peito. Minhas lágrimas tocaram seu rosto ainda sem cor e me vi em um sonho. Onde dias melhores eram possíveis ,a encontrei sentada no degrau do alpendre de uma casinha simples com bastante flores no jardim ela me olhou e indagou sobre como ela havia podido perder o próprio caminho, pude sentir o seu medo se transformarem em lágrimas .
-Eu ouvirei teu espirito me chamar e juro que estarei lá – a reconfortei.
-E se não ficarmos juntos? – ela indagou receosa.
-Pois mesmo que não possamos ficar juntos seremos amigos hoje e sempre – apenas o som dos pássaros quebrou o silêncio que se seguiu a minha jura. - Todos nós precisamos de um ombro amigo ,alguém que sempre nos entenda. Então, se sentir que sua alma está morrendo e precisar de força para seguir em frente eu estarei por perto e segurarei sua mão.
Senti meu corpo voltar daquela viagem linda.
-Acho que me apaixonei por você olhos castanhos. – admiti agora entendendo  qual o proposito daquilo tudo.
Com um fôlego de vida minha protegida abriu seus olhos e sorriu.
-Te esperei por tanto tempo. – ela disse roucamente.
-Finalmente te encontrei ... olhos castanhos.
[...]
Epílogo
Acordei numa manhã ensolarada de domingo com o sol tocando meu rosto, encontrei os olhos castanhos mais meigos da terra me fitando docemente.
-O que houve? – perguntei.
-Adoro ver as ondulações que seu cabelo dá e como ele fica bem espalhado pelo travesseiro.
- E eu adoro ver nossa família crescendo.
Trouxe seu corpo para mais junto do meu.
-O que acha de termos um cachorro? – ela propôs .
-Já temos um filho de 4 anos, que por sinal Julian já deve ter acordado, em poucos meses teremos uma menina, temos dois peixinhos dourados, passarinhos e uma tartaruga e você ainda quer mais um animal? – retruquei. – Não acha que temos muito trabalho pela frente não?
-E porque não? – ela fez manha .
-A gente vê isso depois. – disse já sabendo que eu diria sim.
-Sabe, eu olho as estrelas a noite e me lembro de você. As vezes acho que você é meu anjo da guarda, o anjo que me salvou e me faz feliz. – ela falou corando um pouco antes de beijar meu peitoral onde sua cabeça repousava. – Meu anjo loiro de olhos azuis, meu deus grego, o mais belo filho de Zeus.
Ri.
-É, talvez eu seja um anjo que caiu do céu para salvar um outro anjo caído, e que bom que fui eu o anjo que te salvou. – falei calmo.
- Por que? – ela questionou me encarando.
-Porque você também me salvou!

NA: Oi pessoal , essa foi a minha primeira One-Short espero que tenham curtido!!!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Reestreia de ONE MORE TIME



OBSERVAÇÃO : NESTE BLOG MINHAS FANFICS NÃO SERÃO INTERATIVAS, FANFIC INTERATIVA APENAS NO BLOG MENINAS VENENO.


‘’Dizem que não se deve dar as costas para o amor , que ele te encontra uma só vez, que ele é cego e sempre chega no momento em que menos se espera. Dizem muitas coisas ..... ‘’

ONE MORE TIME


cap 1

flash back on

Acordei naquela manhã de sábado com os gritos da minha mãe. Ela discutia com meu pai sobre mim, mais uma vez.

-NÃO ELA TEM QUE CRESCER! EU NÃO AGUENTO MAIS ESSAS COISAS DELA OU ELA VAI TRABALHAR PARA SUSTENTAR ESSA COISA DE ARTE OU EU  NÃO DOU MAIS UM CENTAVO!!!’’ Disse meu pai aos berros. E minha mãe calou- se, em consentimento.

Ótimo final de semana seria o meu . Tomei meu banho matinal, fui até  a cozinha tomar meu café da manhã reforçado ,peguei minha bolsa e fui a até a casa do meu namorado Dean, pelo menos com ele eu me sentia bem. Era meu porto seguro  desde os meus 15 anos.

-Amor? – disse ao telefone depois que ele me atendeu

-O que foi agora? – disse ele com um tom azedo na voz

-Meus pais. Estou indo pra sua casa, chego em 10 minutos aí conversamos
.
-Tá

-Te amo.! - disse já com os olhos marejados e a única coisa que ouvi foi um ‘também’ e logo ele desligou.

Quando cheguei a casa dele pude perceber que a garagem dele já estava aberta esperando por mim e meu carro .

-Meu amor!! – disse ele com uma expressão e um tom de voz muito diferente da que ouvira minutos antes.

-Oi querido! – disse lhe dando um beijo de leve nos lábios macios  que ele possuía.

-O que houve dessa vez? – ele perguntou abrindo a porta do meu  conversível branco e personalizado , me abraçando lateralmente  guiando-me até sua sala de visitas.

Contei o que ouvi do meu pai naquela manhã ensolarada .




Era meu aniversário de 21 anos, meus amigos estavam reunidos . A Hanah estava linda em seus 23 anos de idade, grávida e apaixonada, seu marido radiante com a chegada do primeiro filho . A Elizabeth estava conversando com alguns convidados. Meu Dean estava conversando com alguns de seus irmãos, confesso que nem sei o nome de metade deles. Dean é filho de um grande empresário . Eu estava apaixonada por Dean desde o dia em nos conhecemos, quando eu tinha seis anos de idade e ele oito. Ele foi meu único amigo de infância , foi com ele que dei meu primeiro beijo, ele foi meu único namorado e foi ele quem me tornou mulher. Nossa relação sempre foi tranqüila, dificilmente brigávamos exceto quando ele me deixava de lado pelas saídas com os amigos. Sempre me entreguei a ele e sempre fiz tudo o que ele desejasse sem nunca contestar , eu era submissa . Ele nunca me deu motivos para desconfianças. Ele me amava na mesma intensidade que eu  a ele. Já fazíamos planos de nos casar, se bem que eu era a mais interessada nessa história, mas esse comportamento é típico de homem. Lembro do momento em que meu amigo Jacob chegou. .

-SOPHIA!!!! – Jacob gritou ao entrar no jardim da casa do Dean vindo em minha direção com um bouquet  de rosas vermelhas e em seu rosto um enorme e lindo sorriso. Meu coração só reagiu depois de alguns segundos quando vi Dean enrijecer travando a mandíbula. O ciúme era mútuo, Dean odiava Jacob por ele ser um amigo tão próximo e gentil, para Dean  ,Jacob nutria mais do que amor de amigo e Jake odiava Dean por achar que ele não era homem pra mim , meu amigo não confiava no meu namorado , dizia que tinha algo errado com ele ,que não era confiável.

-Oi Jake você veio!!! Meu dia terminou de melhorar significativamente com você aqui. – disse-lhe dando um abraço apertado e recebendo as rosas. Prontamente Dean já estava ao meu lado o cumprimentando com um aceno de cabeça e me arrastando para longe sob falso pretexto de que seus irmãos queriam me ver.



Haviam se passado meses desde meu aniversário. Agora era Dean quem aniversariava. Aproveitei a saída dele com seu irmão mais chegado, o Jared . Na noite que antecedeu seu aniversário fui dormir na casa dele, para minha surpresa ele deixou um bilhete dizendo que ia ver um jogo na tv na casa de um amigo e depois ia jogar poker com ‘’os rapazes do trabalho’’. Fiquei triste ,me  produzi toda, estava usando lingerie comprada especialmente para aquela ocasião especial  e eu estava ali, sozinha na casa dele olhando para as paredes. Eram alta horas da  madrugada quando ele chegou nas pontas dos pés para não me acordar, ele tirou a camisa e os sapatos e deitou-se silenciosamente ao meu lado mas foi tudo em vão, meu sono era leve e eu despertei com um sorriso bobo no rosto olhando fixamente para dentro dos olhos dele.

-Te acordei amor, desculpa. – disse com um sorriso  e um olhar angelical, meu Deus eu não merecia  um cara tão perfeito .

-Não se preocupe eu estava de alerta esperando você chegar, queria ser a primeira a te desejar um feliz aniversário e até trouxe um presente. – eu disse.

-Nossa presente , cadê eu quero abrir agora!!- falou como uma criança prestes a ganhar um brinquedo . Lentamente abri parte do meu hobby mostrando parte da minha lingerie , , baguncei meus cabelos e suspirei fechando as minhas vestes. Ele cobriu o rosto e coçou a cabeça simulando arrependimento.

-Não acredito que perdi isso por causa de uma partida de futebol  e algumas rodadas de poker!!! – ele vindo até mim me deu um abraço sussurrando em  meu ouvido – Quero meu presente agora! . Fiz uma cara de negação me soltando dos seus braços.

-Não. Você não merece mais .....fiquei te esperando até tarde sabe – abri minha boca fingindo um bocejo - estou tão cansada....acho melhor guardar o vinho ,os morango e os brinquedinhos...- voltei para o meu lado da cama e fingi dormi. Ele veio engatinhando pela cama jogando seu peso sobre mim e em dois segundos ele me  tinha na posição que ele queria.

-Hoje é meu aniversário e eu quero meu presente agora! Disse abrindo meu hobby tateando o feixe do meu sutiã quando o campainha da casa tocou. Ele grunhiu e eu junto , afinal já eram 05: 30 da manhã quem poderia ser? . Mas é claro que só poderia ser a família dele. Eles sempre faziam isso.
...

  Organizei uma festa surpresa para ele enquanto os homens da casa tinha saído com o pretexto de que ele devia escolher o presente . Eu ,a irmã dele a quem eu nunca tinha trocado mais que duas palavras e sua mãe preparamos tudo.

A noite veio, nossos poucos amigos estavam na casa rindo e brincando sobre ‘’a sorte que ele tinha em me ter como companheira’’ e ‘’quando seria o casamento’’ . Eu estava radiante , ele prometeu que muito em breve  oficializaria nossa união. Quem pareceu não gostar da idéia foi a irmã dele, a Susan. Ela ao ouvir toda a conversa saiu e por boa parte da noite não mais a vi. Horas depois eu fui à cozinha e vi que tinha um telefone tocando sobre a mesa, quando cheguei perto vi que era do Dean e atendi.

-Alô?- estranho silêncio do outro lado da linha. Devia ser engano. Desliguei e vi que ali tinha 10 mensagens não lidas, pensei se devia avisar ou ler, mas a minha curiosidade foi maior e li. Caí sentada ao ler cada uma delas, eram de mulheres dizendo ‘’sobre a noite passada’’ ,‘’gemidos  ‘’ e ‘’noites de paixão’’. Fiquei sem chão e com os olhos ameaçando transbordar ,sai a sua procura pelo jardim . Disseram que ele não estava ali a muito tempo  . Corri até seu quarto e abri a porta com violência . Fiquei aterrorizada com aquela visão. Dean, o meu Dean transando com a Susan. Eles se largaram ao me ver ali aos prantos de ódio e nojo.

-Seu cafajeste ! você me trai!!! Eu acabei de ler todas as mensagens que suas vadias te mandaram. Cretino eu te odeio!!! Como vo..cê faz isso comigo???- chorei , ele se enrolou no lençol e veio ate mim.

-Não amor! Não é nada disso que você ta pensando, eu juro..

-CALA BOCA CANALHA. ELA É SUA IRMÃ!!!!!!!!

-Não amor ela não é...

- ME ESQUECE, EU TE ODEIO E NUNCA MAIS ME CHAME DE AMOR, VOCÊ NÃO SABE O QUE ISSO SIGNIFICA !! – sai batendo a porta e correndo para a garagem pra pegar meu carro. Algumas pessoas perceberam que tinha algo errado quando Dean saiu correndo só de lençol atrás de mim e Susan enrolada numa tolha.

-Sophia me espera eu posso explicar ,a Susan  não é minha irmã ela é minha prima – ele corria mais rápido que eu e me alcançou segurando meu braço me fazendo parar bruscamente me chocando contra seu peito nu.- Amor não vai foi um deslize.....eu juro.

-VOCÊ CHAMA DE DESLIZE TRANSAR COM MEIO MUNDO DE MULHRES? DE ME TRAIR NA NOSSA CAMA COM UMA ‘’IRMÃ’’? ESTÁ TUDO ACABADO ENTRE NÓS. – foi só aí que percebi que todos estavam vendo aquela cena , eu não tive coragem de olhar pra ninguém entrei no meu carro e fui atrás do Jake chorar no seu ombro.

Flash back off


Acordei molhada de suor naquela madrugada . Outra vez sonhei com Dean e um aperto no meu peito veio com toda a força como se tudo aquilo tivesse acontecido naquela mesma hora. Olhei para o relógio ao lado da minha cama eram 03: 40 da manhã. Levantei , fui até a cozinha preparar um chá de camomila e depois até a sala, chegando lá encontrei a Hanah aos prantos .

-Amiga o que foi?

-Saudade da minha filha. Eu quero ela comigo Sophia ela só tem três anos e aquele canalha fica gastando meu dinheiro com aquela vaca que ele chama de esposa. – ela me abraçou se acalmando um pouco.

-E você o que deu?

-Dean.

-Han? Como assim?

-Sonhei com ele de novo, esse maldito não poderia me deixar em paz? Por que ele está atrás de mim depois desses três anos, eu me mudei pra ficar longe dele e das lembranças.........ele me fez sofrer de mais , eu não consigo....se ele não me queria mais ele devia ter terminado comigo. Doeria menos.

-Calma ele não vai se atrever a te procurar de novo - minha amiga tentava me consolar, nós tínhamos apenas uma a outra . A Liz era nossa amiga, mas a Hanah e eu éramos como irmãs.

Hanah´s pov

Flash back on

Estava atrasada como de costume, tinha planejado fazer uma surpresa ao meu marido no escritório. Arrumei minha bonequinha com um laço de fita rosa no cabelo cacheado e fui até a minha empresa , eu nunca fiz questão de tê-la , por mim tinha vendido assim que meus pais morreram e eu por fim acabei herdando. Mas Tom não permitiu, ele dizia que era a garantia de vida de nossa pequena Olívia. Ele se propôs a assumir a presidência em meu lugar, todo o lucro , ações, reuniões era de responsabilidade dele, assinei uma procuração dando a ele poderes legais para intervir na empresa. Pra falar a verdade assinei um papel em branco. Dois anos se passaram e eu fui pegar a Olívia na casa dos pais dele e decidi fazer uma visita de médico , ele tinha me dito que teria reunião às cinco naquela sexta-feira.
Estranho era a calmaria na sala de reuniões ou a ausência de Rosalia na recepção da sala da presidência . Decidi entrar na sala assim mesmo, Olívia dormia em meus braços quando ouvi vozes aos sussurros ...
‘’Eu não a quero mais...vou me separar dela o quanto antes , eu quero só você ’’- fui me aproximando cada vez mais até chegar numa porta semi-aberta e me deparar com meu marido com outra. Explodi . Gritei , esperneei , Olívia acordou no susto chorando. No outro dia pedi o divórcio . Ele não dormiu em casa por aqueles dias, também não tive coragem de ligar para Sophia ou para Liz pedindo ajuda. Chorei na calada da noite todos os dias quando deitava em minha cama, amanhecia toda destruída , peguei minha filha e fiz nossas malas . Fui para um aparte que eu aluguei enquanto o divorcio não saia. Coloquei minha casa na mão de um corretor , fui até o banco pegar todo o meu dinheiro que para minha surpresa não estava lá a dias. Sempre tive uma condição favorável nunca precisei trabalhar , mas agora era diferente. Tom me traiu, roubou meu dinheiro, se apossou dos meus bens. Procurei um advogado para reverter aquela situação, mas nada poderia ser feito pois eu havia lhe dado minha assinatura. Naquele momento em que eu assinei aquele maldito papel em branco assinei minha desgraça. Perdi tudo, até a minha pequenina.

Flash back off

 Sophia´s pov
 
Depois daquela madrugada horrível eu fui para a faculdade . Chegando lá encontrei a Liz que estava saindo da biblioteca acompanhada de um homem loiro e de olhos claros , seu cabelo era muito bem arrumado apesar dele sempre bagunçar com os dedos jogando-os para  trás .

-Oi Liz!

-Oi Sophia!! Quero te apresentar o ......o... meu amigo Jasper . Nós estudamos na mesma sala e ele nos fez um convite irrecusável.

-Ah é ? e qual seria?

-Bom, eu vou ao Show Bar hoje a noite, meu irmão vai cantar hoje. Lá é muito bom para se distrair, tem karaokê , espaço pra recitar poesias, enfim todos os artistas e não artistas que querem mostrar seus trabalhos ou se só quiserem se diverti e aparecer ...é só chegar. – disse o rapaz de aparência terna.

-Hum pode contar comigo, depois da noite mal dormida de ontem e de tantos pesadelos eu preciso mesmo é me divertir. Então Jasper , pode contar comigo e com a Hanah.

-Ótimo então pego vocês as 19:00 horas ok!- nos despedimos e eu fui até o jardim do campus com a Liz para contar meus sonhos e sobre a Hanah.

Cheguei em casa já passava das 15:00 horas e encontrei a Hanah revendo suas ultimas fotos com Olívia. Tentei distraí-la e tive êxito . Ela concordou em sairmos para o tal Show Bar. 

A noite chegou e Jasper pontualmente estava tocando a campanhia  da minha casa.

-Boa noite lindas senhoritas ! hoje sou seu chofer particular – disse dando uma piscadela para a Elizabeth

Chegamos ao tal bar e me surpreendi com a fila enorme que dava voltas no quarteirão. Não acreditava que o lugar de aparência tão simples e que eu nunca ouvira falar era tão disputado.

-IH Jasper tem tanta gente acho que não vamos ver seu irmão cantar. – Disse Liz , eu e Hanah concordamos com a cabeça enquanto ele estacionava.

-Meninas vocês me subestimam ! Aguardem... – argumentou ele

Seguimos ele até a entrada e ouvimos alguns palavrões de algumas pessoas que estavam na fila vendo o Jasper  receber um abraço do segurança . Jasper fez sinal para nós nos aproximarmos e recebemos ali uma pulseira indicando VIP´S.

-Vamos minhas flores? – nos disse o Jasper apontando para a entrada. O lugar por dentro impressionava , era enorme e tinha um palco com instrumentos musicais preparados e um microfone com um banco , nas paredes haviam quadros pintados pelos freqüentadores , poesias estavam escritas em uma outra parede, haviam mesas espalhadas por todo o ambiente.

-WOW! – exclamamos juntas e ele riu

- De onde vocês são hein? Ele riu abertamente enquanto sentávamos em uma mesa no meio do salão.

-Ei não ria , somos castas e não saímos de casa ! - Rebateu Hanah

Jasper levantou as mãos como se rendesse .

-Cadê seu irmão? – perguntei

-Você quis dizer irmãos, somos em cinco no total, mas hoje só o Emm e o Eddie virão. As meninas estão em uma viagem com nossos pais por Milão.

O lugar estava cheio, gente ria e gargalhava em alto e bom som, mas ninguém reclamava. O locutor invisível anunciou o inicio das apresentações, as luzes se apagaram lentamente e a voz misteriosa indicou a programação, inicialmente os poetas, em seguida os atores , os músicos e por fim o karaokê. No meio da ultima encenação pedi licença e fui ao banheiro.
Me espremi  entre as pessoas na tentativa de chegar ao banheiro, mas meu vestido ficou preso quando eu passei por uma mesa, tentei inutilmente me livrar daquele embaraço quando senti uma voz bem atrás de mim dizer...

-Posso te ajudar?

sábado, 4 de junho de 2011

Capítulo Bônus


Epílogo

Pov Helena

Edward havia saído para caçar com seus irmãos, como sangue não me faz tanta falta preferia mil vezes está com Bella e sua familia.

Iam e Naman estavam enormes, tinham puxado ao Jake em tudo. Eram altos e robustos apesar da pouca idade, o caçula não passava de 2 aninhos. Embry estava surfando em First beach junto com os outros da matilha. As respectivas esposas, amigas, irmãs e amantes ou seja, as imprintadas estavam todas se divertindo na areia, alguns com seus filhos, outras ainda alheia aos seus imprintings.

-Então Helena, como você está? Digo, você se arrependeu da vida que escolheu? – Bella perguntou bastante encabulada.

-Não. Eu me sinto bem, só estaria mais preocupada se você tivesse feito a escolha errada. – respondi.

-Entenda, não que eu não o amasse . Eu amo, eu ainda o amo. Ele foi meu primeiro namorado, me ensinou muitas coisas, me protegeu, me amou acima dele mesmo mas...- Bella tomou fôlego antes de concluir seus pensamentos. Ela olhava Naman que cavava com uma pá e enchia o balde de areia da praia. – Quando ele me abandonou eu perdi meu ar , o meu chão sabe? Jacob sarou todas as minhas feridas e quando minha vida correu risco ,quando eu precisei fugir com Jake para o topo da montanha, que nos beijamos, isso no auge da minha dúvida sobre o que eu realmente sentia, sabe me fez ver o que eu não conseguia. Eu ia abrir mão de ser mãe, entende? Eu pedi pela morte ! eu estava abrindo mão dos meus pais, do sol! E...

-Wow Bella, eu sei! Não precisa se explicar, de novo. O que passou passou e tome cuidado com o rumo dos seus pensamentos. Edward podia até não ler seus pensamentos mais Jake pode nos ouvir muito bem e você sabe como ele fica mal quando você fica remoendo o passado.

-Você tem razão.

-Onde está Billy? – perguntei.

-Pescaria com o papai.

-Aqueles dois não tem jeito. – ri.

-Oi meninas! – disse um jovem quileute que eu não conhecia.

-Angie esta é minha amiga Helena. Helena esta é a namorada do Embry. – Bella nos apresentou.

A jovem estendeu a mão e eu olhei rapidamente para Bella que assentiu.

-Ela sabe quem é você . – Bella afirmou.

-Mil perdões. – falei.

-Tudo bem, acontece. Se bem que não é todo dia que se conhece um vampiro , não é? – ela riu levemente – Além do mais até três dias atrás lobisomem não existia.

-Então nada te surpreende mais. – completei.

-É. – ela respondeu simplesmente. – Bom Bella, eu preciso ter uma conversa com você . – Angie disse baixando a voz com medo que os transmorfos ouvissem.

-Vamos para minha casa então. – Bella disse.

-Okay. – ela disse antes de ficar levemente pálida e se apoiar em mim.

-Angie! – sussurrei.

-Tô bem, sério. Vamos logo antes que Embry ou alguém perceba.

-Naman! – Bella chamou. – Iam!

Os dois irmãozinhos vinham sorrindo com suas barroquinhas perfeitas. Era uma cena linda, os dois de mãos dadas, unidos e felizes. Como eu queria aquela paz.

-Sim mamãe? – o mais velho respondeu.

-Avise a seu pai que estamos indo para casa , tenho que preparar o jantar.

Ela ordenou e ele obedeceu. Bella recolheu suas coisas, enquanto eu pegava Naman nos braços. Jake nos olhou desconfiado mais logo ele entendeu que estava ficando tarde e frio para os pequeninos.

Bella entrou no seu Chevy caindo os pedaços logo após guardar um cooler e os brinquedinhos das crianças na caçamba. Ela e Angie foram no Chevy enquanto meu afilhado e seu irmãozinho Naman foram comigo no meu Sonata.

Chegando na casa de Jake , descarregamos os carros, demos um banho nos meninos, Bella preparou um jantar rápido para os filhos que logo caíram no sono.

-Ai meu Deus ainda bem que eles dormiram, eu preciso tirar umas dúvidas Bells. – Angie despejou .

-Fala mulher, o que houve? – Bella pediu.

-Eu me sinto tão estranha ultimamente.

-Estranha? – repetimos Bella e eu.

-Sinto cólica menstrual constantemente, meus seios estão mais sensíveis e maiores. Quando ele chega em casa tudo fica mil vezes mais forte, meu amor por Embry chega a me sufocar, o cheiro dele me atiça e eu só consigo pensar nele sem roupa , sabe? Bate um calorão, existe alguma coisa que me liga 10 mil vezes mais a ele e ele a mim. É um amor, um fogo sem fim.

-O imprinting pode ficar mais forte Bella? – perguntei curiosa.

-Só quando se está grávida.

Nos olhamos assustadas com a possibilidade.

-É aí onde queria chegar, eu me sinto tão enjoada ultimamente e fico tendo síncopes o tempo todo. Embry nunca notou, não quero que ele pense que estou doente mas também não quero criar esperanças de uma possível gravidez.

-Quem diria que em seis meses de namoro e três dias que lhe foi revelado o segredo da impressão você descobriria que tá grávida! – Bella explodiu em entusiasmo.

Angie abraçou Bella de forma acolhedora e eu invejei aquele momento. Queria ter minha humanidade de volta só para sentir meu corpo mudando por causa de um filho que crescia dentro de mim.

Mas infelizmente não sou mais humana e nem a profecia se cumpriu , pelo menos não nesse sentido.

-Fico tão feliz por você Angie. – disse assim que elas se separaram.

Ela estava eufórica e radiante tanto que veio me abraçar quase aos pulos também como se fossemos amigas de anos.

-Eu também! – Angie disse enxugando as lágrimas.

-Bom acho que devo voltar para casa, minha família já deve ter voltado. Mais uma vez parabéns Angie e Bella vê se se cuida, ok? Diga para o descamisado do seu marido que vá lá em casa buscar os presentes do Iam.

-Já até ouço ele dizer “ela é forte, pode trazer!” ou “isso é desculpa só para eu ir até lá!” – Jake detestava ir na minha casa , apesar de nunca ter sido tratado mal depois que ui fui oficialmente morar lá.

Saí da casa indo em direção ao meu Sonata quando ouvi a euforia vindo de dentro da casa , deve ser uma sensação muito boa mais eu nunca saberia.

O vento soprou gelado ao meu redor e não era por causa do frio da noite. Sentei na cadeira do motorista e respirei fundo, ainda de olhos fechados para acalmar minha tristeza , queria tanto desfrutar da maternidade também...

Liguei o carro e depois o som. Dirigia sem olhar para pista de barro que era a única entrada e saída da reserva, já conhecia o lugar muito bem. Revirei meu play list e deixei o som do AC/DC rolar quando dei por mim eu já cantava Highway to hell quando fui parada por uma blitz policial. Inferno!

-Boa noite senhorita, documentos por favor. – o projeto do sargento Garcia pediu.

-É Senhora, por favor. – disse e entreguei os documentos .

Ele olhou e provavelmente achou que eu era nova demais para ser casada.

-Desça do carro por favor, preciso revistá-lo e a nossa policial irá revistá-la, tudo bem?

Me soltei do sinto de segurança já fumaçando, uma forte neblina começou a cair o que mostrava que eu não estava seguindo a cartilha, eu precisava me controlar. Desci do carro e bati a porta com força fazendo uma mossa na lataria. Merda!

Assisti o policial revirar meu carro enquanto a policial feminina me revistava. Edward surgiu de cenho franzido no seu Volvo prata dando um cavalo de pau na rodovia.

-Amor o que houve? Onde esteve? Por que está neblinando ? o tempo estava bem aberto hoje e de repente mudou! – ele vomitou as palavras ignorando completamente os policiais.

-Tenho cara de metereologista por acaso? – perguntei séria mais sabia que ele ia ler a mente então era bom ter cuidado. – Quem entende esse clima? Deve ser o aquecimento global.

-Sim ,é. – ele respondeu mais calmo.

- O senhor sempre dirige assim? dessa vez vamos deixar passar por que temos coisas mais importantes para resolver! Mais fique atento , outra dessa vou apreender seu veículo! – a policial recriminou e Edward fez sua melhor cara de cachorro que caiu da mudança.

-Desculpe é que fiquei aflito sem saber noticias da minha esposa , saí feito um louco atrás dela e quando a vi aqui...a senhorita entende, não é?

-Hum...sei, fique esperto para não haver próxima vez.

-Ela tá limpa. – o policial disse para sua parceira, ele olhou feio para Edward mais seguiu em frente me devolvendo os documentos . Só foi aí que me dei conta da verdadeira barricada policial, apurei os ouvidos para captar qualquer motivo que justifique aquele alvoroço todo.

Nada. Pelo menos nada que eu tenha entendido, as rádios policiais só falavam em códigos.

-Vem amor, te explico em casa. – Edward me beijou e seguiu para seu carro.

Entrei no meu e o som ainda rolava lá dentro, me prendi ao sinto de segurança, baixei o vidro e aumentei o som bem na hora do refrão “Born to be Wilde” .

Edward sorriu e acelerou o carro, eu apenas o segui mais não antes de lançar aquele olhar de predador para o policial que se encolheu assustado.

Cheguei em casa e estacionei na garagem dos Cullen bem ao lado do carro de Emmett.

-Hey. – Edward disse me olhando meio pedinte.

-Senti saudade. – falei abraçando ele, sentindo seu cheiro enquanto ele descansava sua cabeça sob a minha.

-Fiquei preocupado. – seu tom de voz confirmava o que ele dizia.

-O que houve? – perguntei me afastando dele.

-Problemas. Tem um vampiro nômade na área , ele já cometeu muitas mortes aqui e foi por isso que o xerife colocou em todas as saídas uma barreira policial, a policia acha que é algum serial killer.

-Então corremos perigo.

-Nem tanto, Emmett e Jasper estão caçando ele com a ajuda de Sam e dos outros lobos.

-Espero que eles consigam capturá-lo.

-Sim eles conseguirão mas o que me preocupa é que você estava sozinha aqui e sem saber de nada, você não é uma lutadora então eu fiquei com receio de que sobrasse de certa forma para você .

-Tudo bem, vou ficar a salvo aqui.

-Eu sei meu amor, é que só de pensar em algo de ruim te acontecendo eu enlouqueço.

Edward me abraçou com carinho e a cada dia que se passava eu o amava ainda mais. Edward sorriu e eu sabia que ela estava lendo a minha mente.

-Me dá privacidade, ok? – fingi estar enraivecida, ele riu ainda mais.

-Eu sei que tem algo mais acontecendo com você. – ele afirmou.

-Não tem não. – respondi me libertando dos seus braços .

-Não minta para mim, eu te conheço. Uma hora eu descubro então ou você me conta o que há de errado ou eu vou vasculhar sua mente até que num deslize seu ...- ele nem precisava completar a frase, sabia que deveria ter cuidado com meus pensamentos. Essa coisa de profecia nos ligou ainda mais e era inacreditável o quanto ele podia ver meu interior.

-Edward , não tem nada. – falei sorrindo fraco, enquanto ele negava com a cabeça com um lindo meio sorriso torto que dizia “você não me engana” saí dali indo para o meu lugar preferido em toda a casa – a varanda.

Estirei meu corpo sobre a sacada, com a minha atual habilidade de equilíbrio perfeito nem um furacão me derrubaria dali. Eu gostava de ir para linda varanda do meu quarto, o piso era de madeira e a sacada não passava de uma cerca também de madeira pintada de branco, gosto de ficar ali sem pensar em nada ou pensando em tudo. Sempre sozinha.

Alice, Jasper e Emmett gostavam de ficar ali comigo vez em quando. Alice para conversar sobre moda ou sobre o quanto ama sua família, Jasper dividia comigo seus segredos e eu com ele, já Emmett sempre ia para me fazer rir. Ele dizia que não gostava de me ver tão calada e sozinha ali, dava impressão de que eu estava infeliz e arrependida da minha escolha e isso ele não suportava.

A lua estava cheia e linda, ela parecia falar comigo...eu só não entendia o que ela queria dizer.

Dei um suspiro cansado. Estava me tornando vazia de novo e eu não sabia por que disso, eu tinha uma família perfeita, amigos incríveis e Mel estava indo muito bem com sua nova família ao lado do seu marido e o orfanato estava perfeitamente bem.

Ouvi os passos de Edward vindo na minha direção e “discutir a relação” não era algo que eu quisesse, então saltei como um felino floresta a dentro tendo todo o cuidado do mundo para não pensar onde eu estava indo.

Corri como um vulto negro pelas sombras das árvores até encontrar o único lugar que me deixava bem, era o lugar que eu sempre ia quando queria ficar completamente sozinha- a parte da floresta que estava morta e eu e Edward devolvemos a vida.

O rio estava mais límpido do que nunca, as árvores eram frondosas, alguns esquilos correram ao me notar mas não de medo e sim porque sabiam que eu queria ficar só. Tudo era perfeitamente lindo naquele pedaço de paraíso.

Sentei no alto da pedra e fiquei olhando a lua que dava à floresta um brilho prateado perfeito.

Deixei meu corpo ir escorregando na pedra até meu corpo ficar estirando sobre ela, fechei os olhos e comecei a cantarolar uma melodia que eu ouvia Edward tocar de vez em quando.

Tudo ali era paz.

Por tempo que não pude calcular fiquei ali tomando banho de lua, tirei minha roupa e continuei ali apenas curtindo a solidão.

Ouvi um rastejar e abri meus olhos em vigília mais não passava de um animal desavisado passeando próximo, me levantei da pedra e saltei dentro do rio. Me banhei naquelas águas transparentes e fiquei imersa por uns bons minutos.

Emergi na margem e fiquei flutuando na água apenas de olhos fechados até ouvi uma voz ecoando em minha mente “O desejo do teu coração se revelará em um momento próximo”. Aquela sensação mística me envolvia novamente , era como se eu estive desconectada do mundo.

-Ora , ora, ora o que eu encontro? Seria um ninfa perdida? – uma voz rude me fez despertar da minha magia.

Um homem extremamente lindo , forte, alto e de aspecto grosseiro me fitava com luxuria. Me levantei apressada e cobri meus seios com os braços enquanto meu baixo ventre ficou abaixo da linha da água.

-Saia daqui. – falei firme.

-E perder essa visão ? – ele lamentou-se – Não poderia!

No mesmo instante ouvi patadas cravando o chão e o homem também ouviu quando o olhei ele estava dentro da água, bem ao meu lado tocando no meu cabelo e cheirando a pele do meu pescoço. Tremi.

-Apetitosa...mais fica para depois. – ele disse e na mesma hora que meu pavor tomou conta de mim Jake surgiu em quatro patas junto com Embry e Sam. Os lobos uivaram agressivamente contra ele .

Embry pulou dentro da água vindo na nossa direção, Sam correu para margem e Jake disparou em uma corrida para impedir o intruso de fugir. Meu rosto era o pavor bem representado. Eu não conseguia raciocinar. O homem me arrastou com ele e Embry o atacou arrancando um braço do nômade . Quando notei meu braço também havia sido atingido e uma enorme marca surgiu, o que fez Embry se encolher preocupado.

Jake e Sam correram atrás do invasor enquanto Embry correu para trás de uma árvore. Logo ele voltou sob duas pernas e muito temeroso, eu apenas lavava o ferimento com a água enquanto repetia uma prece cigana de cura.

-Meu Deus Helena! Eu te fiz muito mal? – Embry perguntou.

-Não, tudo bem. – disse e ele me olhou encabulado. – Ai meu Deus!

-Desculpe ! não foi minha intenção! – ele se pôs de costas enquanto eu praticamente voei até minhas roupas e me vesti.

-Ele fugiu! – Sam gritou

-Droga – Embry resmungou.

-Você está bem minha amiga? – Jake me perguntou.

-Tô.

-Acho melhor você voltar comigo para casa. Aliás o que você fazia sozinha aqui a uma hora dessas? Não sabia que tínhamos um invasor? – Jake ralhou comigo.

-Sabia mas não queria ficar em casa. – respondi seca.

-Edward vai surtar. – Embry falou encarando meu ferimento que ainda não havia cicatrizado.

-Ele não precisa saber. – sugeri.

-O quê que eu não preciso saber? – Edward falou bem atrás de mim com sua voz de trovão. Sabia que íamos brigar.

Olhei para Jake que negou levemente com a cabeça. Tratei de esconder o meu ferimento com a mão sobre o braço, Embry me ajudou, claro.

-Ahn, Helena isso aqui não é um medalhão? Acho que ele é seu! – ele mentiu.

-Ah é? Obrigada. Pode colocar em mim? – fiquei de costas para Embry que colocou um pigente em meu pescoço. – nossa noite estranha, não é? Faz até frio.

-Não por isso fique com meu casaco. – Embry disse e assim escondi minha escoriação.

-Parem de teatro vocês dois! – Edward rugiu. – Acha que não vendo na mente dele o que ele te fez?

Edward no segundo seguinte rasgou o braço do casaco revelando o local onde Embry me atingiu.

-Eddie não foi culpa dele, ele só tentou me ajudar e me atingiu sem querer. – tentei explicar.

-Com você eu converso em casa. – depois dessa eu engoli em seco – Pra onde ele foi?

-Canadá. – Sam falou.

-Vou mandar meu irmãos irem atrás dele ainda esta noite enquanto vocês descansam. Amanhã vai fazer sol, nós não poderemos sair mas a noite retornaremos com a caçada.

-Assim seja Edward. – Jake falou. – Por favor não  briguem vocês dois. –Meu amigo nos pediu , aliás pediu muito mais a Edward que a mim.

-Edward, desculpa não foi minha intenção machu...- antes que o coitado terminasse Edward soltou uma espécie de ruído ameaçador de dentro da garganta, juro que vi seus olhos ficarem de um vermelho ao preto numa fração de segundos.

-Tudo bem Embry, não foi nada. Eu estou bem acredite em mim. – sorri e ele retribuiu com um sorriso sem graça.

-Vamos. – Edward ordenou e eu me encolhi.

Eu não tinha pressa em voltar para casa, sabia que uma bela briga viria e tudo o que eu queria era um pouco de solidão. Edward andava a vários passos na minha frente até que ele notou que eu não estava afim mesmo de voltar para casa para discutir.

-Ok, você venceu. Quer discutir aqui mesmo? ótimo! – ele voltou pisando firme na minha direção e eu me encolhi toda de medo dele. Edward estava transtornado e até violento, eu não teria forças para reagir a ele. Seria meu fim.

Edward subitamente parou e me olhou assustado.

-Não vou te machucar – ele disse como se doesse falar aquilo. – Acha mesmo  que eu te machucaria?

-Edward você está agitado acho melhor conversarmos depois. Bella não me negaria uma noite na casa dela e a manhã eu volto e ai sim conversamos.

-O que? Já quer correr para reserva? – ele falou irônico. – Ou seria correr para os braços de Embry?

Aquilo me pegou de surpresa, o que Embry tinha com a história?

-Não se faça de idiota Helena, eu sei o que vi na mente dele. Você nua, se banhando no rio com ele! – ele cuspiu.

-Como é que é Edward? Está me acusando de adultério?

-Sim estou! Por que outro motivo você estaria nua na frente de outro homem? Admita que essa sua estranheza comigo é porque arranjou outro na sua cama!

-Canalha idiota! – berrei – Nunca te traí, nunca faria isso seu monstro!

-Sou um monstro?! Não se esqueça que você tem a mesma natureza que a minha! – ele devolveu socando uma árvore que partiu em duas.

-Droga Edward! Se hoje eu não tenho minha humanidade a culpa é sua seu cretino! Não pedi por isso!

Uma tempestade começou a cair com violência e eu não queria que ela parasse de cair.

-Sabe de uma coisa Edward, se você não confia em mim problema é seu. Esse casamento acaba aqui e agora. Mas saiba que Embry não tem nada com isso, eu estava no nosso lugar, nadando sozinha – dei ênfase no sozinha – queria pensar, ficar sozinha com meus pensamentos mais o intruso me encontrou e Embry me protegeu quando o nômade ia me atacar assim como Sam e Jake também estavam lá ou vai querer acreditar que eu estava numa orgia com os lobos?

-Helena...desculpe. – Edward disse com a voz mais calma.

-Não quero suas desculpas, acabou. – tirei minha aliança e joguei no chão. Tão escuro quanto a noite fria sumi como uma sombra ,um  fantasma pela noite.

Corri o máximo que pude até a casa de Bella. Contei tudo, Jake ainda estava na casa de Sam com os lobos.

-Angie não vai te negar onde dormir. Se você ficar Edward aparece aqui em meio segundo, ele vai ler a mente de Jake ou dos meninos. – Bella disse e depois pegou o celular e discou para Angie. – Ótimo ! – Bella finalizou. – Angie pediu para Embry dormir na casa de Emily.

-Eu não consigo acreditar que ele ousou insinuar que eu e Embry tínhamos alguma coisa. – bufei irritada, ainda ventava forte por minha causa e a chuva já havia cessado.

-Calma isso só foi ciúme, como você mesma disse ele “viu” pela mente de Embry você nua e no fundo ele sabe que você o ama e que seria incapaz de traição...diferente de mim. – Ela disse e riu. – Ele sabe que Embry só estava ali para te salvar e o que você disse a ele era a mais pura verdade.

-Bella mesmo assim, você não  viu como ele chegou transtornado, ele ia atacar Embry e na nossa discussão por pouco ele não me agrediu também. O que eu poderia ter feito contra ele? O que uma vampira de cinco anos pode fazer contra um vampiro de cento e quinze?

Baixei a cabeça , algo como lágrimas queimavam em meus olhos mais não rolavam, estavam presas.

Ela me abraçou e eu me deixei desabar.

Bella me levou até o carro e me ensinou o caminho, liguei o som do chevy e fui . Angie me esperava na porta da casa, era uma linda e rústica casa verde bem em frente à praia.

-Calma Helena, seja o que for você e ele vão se acertar.

-Obrigada por me deixar ficar aqui com você, não queria ficar sozinha esta noite e aqui eu estou segura. Edward não te conhece portanto, não vai bisbilhotar a sua mente.

Ela se arrepiou toda com pavor.

-Ter  sua mente lida  não dói. – ri dela.

-Isso é estranho! – ela disse fazendo careta.

-Num instante você se acostuma. – disse.

-Você come? Quero dizer...comida de humano?

-Sabe, eu gosto de você . Você me diverte!

-Que bom que te divirto. – ela riu e sentou no sofá que ficava no terraço da casa.

-Bom que tal uma pizza de quatro queijos, refrigerante para você e vinho para mim? – sugeri me sentindo mais  livre.

-E você pretende fazer esse milagre? Não tem entregador que venha até aqui a uma hora dessas.

-E você esqueceu que temos um carro ou na melhor das hipóteses eu sou uma vampira?

-Uh! Legal!

Uma vez com as pizzas nas mãos , comemos de nos empanturrar.

-Estou farta – eu disse.

-Duas, aliás três . – rimos .

-Embry já sabe?

-Nem sonha. No dia do ritual da tribo eu conto para ele, já que os mais velhos da nossa tribo estarão lá peço para que abençoe nosso bebê com a força , coragem e determinação da nossa raça e dos nossos antepassados.

-Isso tudo é lindo.

-Eu sei. – ela disse sorridente.

Três dias haviam se passado e Embry já estava com a pulga atrás da orelha sem saber porque não poder dormir em casa. No dia do ritual do conselho tribal me levantei bem cedo aliás dormir era algo que fazia pouco, não necessitava de tantas horas de sono.

Levantei da minha cama improvisada e fui ver o nascer do sol. Me ajoelhei na beira do mar, o sol ainda era tímido e estava escondido atrás de algumas nuvens . Abri meus braços abarcando o horizonte e usei a minha magia herdada dos ciganos para conseguir seguir em frente sem Edward.

Seria algo muito difícil já que minha eternidade devia ser vivida ao lado dele. Sua ausência fazia meu peito doer.

Uma brisa leve me envolveu, fechei meus olhos e deixei os elementos se apossarem de mim. Podia tocar a minha magia, era como se eu flutuasse no ar.

-Edward não posso te esquecer! – admiti com todo o meu amor e meu poder só aumentou quando disse isso, sentia o sol na minha pele, ouvia risos de crianças ao longe e toda a mística da profecia se intensificava.

-Também não posso viver sem você! – Edward disse me fazendo levantar os olhos para ele que estava magnificamente lindo sob a luz do sol e me olhava cheio de dor expressa no olhar.

-Como me achou? – perguntei.

-Vasculhando a mente de Jake, de Sam...cheguei ao Embry e bom seu plano de fuga seria perfeito se Embry não desconfiasse do porque que sua mulher estava o repelindo justamente nos dias em que você escapou por entre meus dedos. Eu só liguei os pontos e como ele está disposto a dormir em casa hoje foi fácil descobrir a casa da Angie.

-Droga tenho que melhorar nisso. – disse me levantando.

-Acho que você deixou cair isso – ele disse me mostrando a minha aliança que estava na palma da sua mão.

Não sabia se devia pegar de volta, ele esteve a um passo de me machucar , a meio passo de acabar com a vida de um inocente e ele não precisava dar nenhum passo para o quesito desconfiança. Ele não confiava em mim, fato.

-Edward por favor...- antes de terminar a frase ele me abraçou com propriedade e me beijou com muito amor, senti a nossa profecia se cumprindo, o demônio branco protegia e amava a sua vampira descendente dos poderosos povos ciganos, nosso amor nos envolvia porém o meu receio ainda estava lá.

O afastei mais ele se negava em me deixar ir.

-Por favor perdoe-me. – ele disse  num fiapo de voz o que fez corpo reagir.

-Edward por favor – pedi enterrando meu rosto no seu peito.

Edward me ergueu no colo  e me levou em seus braços .

-Feche os olhos amor – Ele pediu e eu fiz , um vento soprou rasteiro e forte pelo meu corpo – agora abra!

Estávamos em uma gruta cercada pela floresta e a nossa frente uma linda praia.

-Onde estamos? – perguntei.

-Uma praia de La Push que é muito pouco freqüentada, difícil acesso.

-Edward..-

-Shh não estrague o meu pedido de desculpas amor, eu simplesmente não posso seguir sem você, fiquei observando aquela tempestade de longe e sabia o quanto você estava brava comigo, eu vi o medo em você, o quão ameaçador  e rude eu fui com você.

-E o quanto injusto você foi com o Embry. – soprei.  

-Sim, isso também.

Ele fez silêncio.

-E quando Bella me telefonou naquela noite a pedido de Jake para solicitar ajuda na caçada ao invasor...e você estava estranha, me afastando de você ...eu tive pânico, medo de você querer ir embora , medo de que o intruso te encontrasse...Vasculhei a mente dos lobos, ouvi quando Jake disse que reconhecia teu cheiro perto do invasor, quando você entrou no campo de visão dele eu só vi que você precisava de mim. E o que vi não me agradou,  a mente de Embry estava fascinada pela tua imagem completamente nua e linda. Ele só ficava reprisando a sua imagem e eu enlouqueci.

-Edward! Somos vampiros e fascinação é o que causamos! Quando eu percebi que estava sem roupas na frente dele , ele próprio me deu licença para me vestir. Ele me respeitou em todo o momento.

-Hoje eu sei disso, ele me procurou e me contou a mesma coisa. Eu sou um idiota, perdoe-me por favor. Não sou nada sem você, esses dias foram os meus piores em mais de cem anos.

-Eu te amo tanto Edward! – disse o apertando contra meu corpo num abraço desesperado meu.

Edward correspondeu com um beijo intenso, nossas roupas voaram longe, eu só sentia suas mãos me apertando, sua boca me consumindo de um jeito intenso, forte, cheio de amor, desespero e luxúria.

Edward se colocou dentro de mim com força e rigidez que me fez soltar o ar, ele investia forte dentro de mim, minhas mãos arranhavam suas costas como uma lâmina afiada, nossas bocas não se soltavam um segundo, meu corpo arqueava  por completo.

Fechei meus olhos de tanto prazer que sentia, Edward abocanhou meu seio enquanto sua outra mão apertava o outro seio, logo sua mão desceu pela lateral do meu corpo, ele segurava bem firme minha coxa trazendo meu quadril para perto das suas investidas, eu estava a ponto de gritar quando ele aumentou sua força e seu ritmo em mim, nossos corpos estavam em um frenesi alucinado quando chegamos ao clímax surpreendente. Um gemido duplo escapou de nossos lábios.

-Não posso ficar longe de você amor, não me abandona outra vez! Eu te peço, não me abandone nunca! – Edward disse ao meu ouvido enquanto rolava para fora de mim.

-Não me assuste, não me machuque e nunca duvide de mim ou do meu amor Edward. – falei beijando seu pomo de Adão.

-Jamais farei isso, é uma promessa eterna que te faço meu amor.

Montei em seu quadril sentindo toda virilidade me invadir bem devagar, beijei seu abdome e fui subindo traçando um caminho com a minha língua que assim que chegou em seu queixo foi capturada pela boca dele.

Comecei a cavalgá-lo bem devagar vendo em seus olhos a satisfação que eu também sentia. Aumentei meu ritmo, trocamos de posições e tudo era muito intenso naquele lugar.

Quando a noite caiu Edward saiu por cinco minutos para averiguar aquele lugar em busca de um animal para abate, eu apenas tomei um banho de mar e voltei para a areia onde fiquei sentada apenas olhando  o vai e vem das ondas.

Edward regressou sentando-se bem atrás de mim, trazendo meu corpo para descansar no dele.

-Eu te amo mais que tudo, sabia? – falei.

-Eu sei. – ele me respondeu. – Não importa no final das contas quem tente nos separar, não importa o que houver eu sempre vou amar você e vou lutar por nós dois.

-Mesmo que eu não possa cumprir a ultima parte da profecia? – perguntei.

-Não te amo por causa de uma profecia. E daí que não tivemos um filho como diz a lenda? Eu te amo porque simplesmente te amo, você é a parte que me faltava.

Nesse momento uma estrela , a única estrela, brilhou com tanta intensidade que quase nos cegou. Senti uma luz nos envolver e novamente ouvi risos de crianças brincando no jardim.

-Ouviu isso? – Edward perguntou alarmado.

-Sim, é a nossa magia. – falei beijando levemente seus lábios.

Algo em nós mudou, em mim mudou alguma coisa.

-Eu preciso ir até o conselho Eddie. – disse.

-Porque?

-Angie me disse...não importa, é um pressentimento.

Trocamos de roupa e fomos até a reserva onde a cerimônia já havia acabado. Angie piscou para mim e pela carinha dela e pelas atitudes de Embry ele já sabia , aliás todos já sabiam.

-Edward me deixe pedir um conselho aos sábios da tribo .

-Tudo bem, vou parabenizar Embry e pedi perdão.

Andei até os sábios que estavam ao redor da fogueira.

-O que você quer você o tem. – uma idosa disse.

-Como? Eu nem disse o que queria.

-Fale minha jovem. – o pai de Jake disse.

-Uma energia , uma luz que eu não conheço e que não está escrito nos diários da minha profecia me preenchem e desde a alvorada de hoje ela se intensificou. A três dias eu estava quase completamente vazia mais eu não me sinto mais assim.

-A luz que você diz é a luz da esperança e da prosperidade , filha. –Billy disse sorrindo.

-O que podemos fazer por você é uma prece muito antiga, ela aumentará seu poder se é que é possível. A jovem é muito poderosa e quando está em sintonia com seu par esse poder encontra sua força máxima e o equilíbrio entre os elementos e os antigos espíritos ficam mais visíveis, quase palpáveis – um senhor de cabelos brancos disse. – Vamos pedir aos espíritos para que eles te protejam e que esta luz permaneça em você.

Os anciões se levantaram , com exceção de Billy claro, e todos fizeram um circulo ao meu redor. Abri os braços para absorver a magia dos antigos índios enquanto a fogueira estalava liberando uma fina camada de uma luz branca. Estranhamente ouvi um coração bater acelerado demais.

Os idosos ainda faziam sua prece mística numa língua morta.

Involuntariamente segurei meu ventre sentindo um vento forte soprar ao redor do nosso grupo, as vozes infantis também voltaram com força aos meus ouvidos e pude sentir sob a palma da minha mão um pulsar frenético quando a oração acabou.

Olhei assustada para cada um deles.

-Não tenha medo, seu sonho é realidade. – Billy disse. Olhei para Edward que obviamente estava ouvindo a conversa ou tentando ler a minha confusa mente. Ele estava tenso.

-Eu senti...eu ouvi. Era um coração? – perguntei atônita e a senhora misteriosa sorriu e me abraçou.

-Em nove meses você verá o quão forte, bonito e repleto de luz seu guerreiro será. O menino abençoado pelos espíritos minha jovem dominadora dos elementos.

-Eu ...estou...

-Grávida? – Edward completou tão chocado quanto eu.

-Sim, foi exatamente isso que os espíritos nos disseram – a senhora misteriosa disse.

-Parabéns! – Billy disse – Hoje é um dia de festa para este povo. Duas crianças anunciadas pelos espíritos. Dia de sorte!

[...]

-Emmett, pára de provocar! – reclamei fazendo manha.

-Ah qual é? Quando é que eu imaginaria ver uma vampira engravidar? Então eu vou zuar sim!

-Rose! – reclamei.

-Emmett ela não está gorda !- ela reclamou com ele , ela ainda rindo da nossa birra.

Alice entrou bailando na sala com Jasper ao seu lado sorrindo com discrição. De repente ele parou e sentiu que Alice não estava bem.

-Amor? Calma. –Uma onda de calmaria atingiu a todos.

-Chegou a hora. – ela disse voltando a realidade.

-Hora de quê? – perguntei e logo entendi.

Onde está Edward? – pensei.

-Familia, socorro! – gritei.

-Rose leva ela para o quarto, Jasper tranqüilize-a, Emmett ligue para Carlisle e eu vou tentar providenciar água , toalhas e essas coisas. – Alice disse.

Emmett me colocou nos braços enquanto eu me contorcia de dores. Rose me aconchegou nas almofadas. Emmett telefonava para o pai enquanto Rose ligava para a mãe.

-Jasper! – eu gritei.

Ele veio com toda a sua calma e ficou em pé ao lado da cama. 

-Emmett! – chiei.

-O que foi Cunhada, eu não sei o que fazer! Não grita! – ele parecia mais nervoso que eu.

-Emmett fica do meu lado, segura minha mão! – pedi enquanto me contorcia.

Alice entrou com toalhas , água e monte de coisa que não quis ver o que era, a dor que sentia no baixo ventre me impediam de raciocinar.

-Alguém pode ir atrás do Edward, por favor? Pensem, pensem no que está acontecendo e ele lerá nossas mentes! – Allie ordenou.

Rose e Alice preparam as coisas , os rapazes saíram e eu comecei ao meu mais lindo trabalho.

Muitos gritos ecoaram pela casa mas isso não me impediu de ouvir Carl chegar apressado, Esme chegou pouco depois com Edward .

-Ah ! – gritei pela ultima vez antes da porta se escancarar de vez revelando um Edward agitado.

-Meu amor estou bem aqui! – ele disse.

-Só mais um pouco Helena! – Rose falou , eu estava exausta, a dor era intensa. Não pensei que doesse tanto.

-Edward chame Carl agora! – Alice mandou e ele obedeceu.

-Calma, estou aqui minha filha – ele entrou me acalmando. – Empurre querida, falta tão pouco.

-Dói tanto – disse com dificuldade.

-Só mais um pouco e tudo termina, confie em mim. – ele pediu.

-Ok. – disse

-Empurre agora! – ele pediu.

Coloquei todas as minhas forças quando senti um grande alívio e logo em seguida um choro agoniado.

-Meu filho! – falei extremamente emocionada.

Edward invadiu o quarto na mesma hora. Carlisle fazia seus procedimentos com Alice e Rose em sua cola. Descansei aliviada nos travesseiros enquanto Edward sorria largamente com cara de quem estaria chorando se pudesse.

-Meu amor, nossa história...se cumpriu! – ele sussurrou beijando meu rosto suado e vermelho.

-Sim meu amor, nosso filho, o que nos faltava! – disse radiante.

Carlisle nos entregou  o pequeno envolto numa manta verde-água e em silêncio todos saíram do nosso quarto.

-Ele é lindo. – Carlisle disse feliz e saiu.

Peguei o meu bebê nos braços pela primeira vez, Edward sentou ao meu lado no leito e me envolveu num abraço. Ele descobriu a manta e vimos pela primeira vez o lindo rostinho corado do nosso filho.





 N/A: Espero que tenham curtido!!! beijos divas! em breve outras fics minhas aqui!!!